Muito embora o termo 'arquétipo' tenha uma longa história, foi o psicólogo Carl Jung que o utilizou, para explicar aquilo que observou e constatou na natureza humana.
Ele disse que os arquétipos são uma tendência, ou uma 'queda' instintiva, do inconsciente humano para expressar certos motivos ou temas. Alguns dos temas, como a morte e o renascimento, aparecem ao longo da História e também nas culturas contemporâneas. Jung entendia-os como universais, e como vivências inatas, àquilo que ele chamou o inconsciente colectivo.
Tornam-se particularmente evidentes nos credos religiosos, na literatura e nas artes.
Uma das mais importantes características dos arquétipos é que 'não são' aprendizagens de comportamento; são comportamentos que de alguma forma nos são inatos, ou formulados e aceites inconscientemente.
Por exemplo, uma criança que se perde de sua mãe, entra em pânico aos gritos e corre à sua procura. A criança não teve que aprender como sentir medo por se ver separada dos seus pais. Não teve que ser ensinada a sentir terror e fazer tudo ao seu alcance para voltar a encontrar a sua mãe. É uma resposta universal de todas as crianças, sentir dor emocional pela perda dos progenitores, e de fazerem tudo, tanto física como simbolicamente, para reestabelecer o contacto.
Pode-se dizer que a criança experimentou um comportamento arquetípico. Este comportamento inato foi provavelmente criado ao longo de milhões de anos, durante os quais, estar separado dos pais, significava a morte provável.
Este 'comportamento de ligação' é comum a todos os mamíferos e é um exemplo de respostas arquetípicas. O impulso de encontrar um companheiro e reproduzir-se também é um arquétipo, tal como fazer o ninho ou construir uma casa, cuidar dos mais jovens, e o impulso de ganhar o respeito no seu grupo social. Existe, de alguma forma, em cada um de nós, um impulso para a 'totalidade', e uma emergência para o 'florescimento' do nosso próprio ser. Todos nós vivemos essas experiências, incluindo a do nascimento e da morte, de uma maneira ou de outra, em conjunto com os nossos companheiros humanos, do passado ou do presente. A grandeza dessas experiências de vida são muitas das vezes expressas em temas de arte, ou mitos, ou símbolos como a mandala, a cruz, o pôr ou o nascer do sol. O rapazinho que se perdeu dos pais, e a enormidade do que sentiu, é contado em muitos contos populares como 'A criança na Floresta'. Esses símbolos e essas histórias fazem-nos lembrar, de alguma maneira, o mistério que está envolvido no facto de que estamos a partilhar uma experiência individual de ser homem ou mulher, e que isso aconteceu a pessoas desde o começo da raça humana, e que continuará a acontecer mesmo depois de não estarmos cá. Por isso, mesmo que a nossa vida seja um acontecimento pessoal, ela também faz parte de um inconcebível e imenso continuum. A nossa vida pessoal representa temas, ou padrões, que foram vividos milhares ou milhões de vezes antes de nós.
É esta experiência colectiva que pode ser considerada um arquétipo. Por exemplo, se pudessemos sobrepôr todas as caras de homens e de mulheres humanos vivos actualmente, em duas imagens separadas, o resultado seria o arquétipo gráfico do macho humano e da fémea humana. As imagens incluiriam todas as características de tipos raciais, graus de inteligência e honra.
Jung diferenciava instinto e arquétipos. Muito embora ambos sejam potencialidades universais dentro de nós, os instintos são tendências hereditárias dirigidas ao comportamento, tal como o sexo ou a resposta fuga ou luta. Jung diz que um arquétipo é uma tendência hereditária dirigida a certas respostas mentais ou sensitivas. Por exemplo, o mito do Herói/Heroína, ou a figura do salvador, existe no mundo inteiro e em todas as culturas.
Porque acreditava que os sonhos expressavam frequentemente as tendências arquetípicas dentro do indivíduo, Jung, voltou-se para os mitos, histórias de fadas ou motivos religiosos, para ilustrar o conteúdo dos sonhos. Vendo aparecer esses temas nos sonhos de pessoas que nunca tinham estudado as religiões do mundo ou a mitologia, Jung acreditou que longe dessas histórias míticas e religiosas terem sido inventadas conscientemente por autores históricos, elas tinham surgido directamente do inconsciente em sonhos ou visões, e tinham apenas sido contadas. Qualquer pessoa que tenha dedicado algum tempo a explorar os significados dos seus sonhos simpatizará com este ponto de vista.
No entanto, há ainda uma não menos importante maneira de abordar os arquétipos. É aquela que considera os processos da natureza, que reflecte os processos que são partes fundamentais do funcionamento cósmico. Por exemplo, as estrelas. As estrelas nascem da morte de outras estrelas e sistemas solares. O nascimento a seguir à morte. A ressurreição e a nova vida que surge de um cataclismo de destruição. Também a própria estrutura do universo, tal como é compreendida na Física Quântica, que mostra como o imanente aqui e agora, o limitado e o físico real, são ao mesmo tempo um e a mesma coisa, quanto o intemporal e o transcendente.
A experiência pessoal de ser homem ou mulher, de nascer, viver e morrer, são tudo expressões de fenómenos cósmicos, e são muito mais profundamente entendidos se forem vistos nesta óptica. Este padrões arquetípicos são verdadeiros não apenas para fenómenos cósmicos mas também a cada minuto da vida quotidiana.
A expressão destas forças arquetípicas reside no âmago de todas as grandes religiões. Como refere Barbara Sproul no seu livro Primal Myths, nós infelizmente confundimos a narrativa mitológica, de um padrão arquetípico, com a descrição histórica. Olhamos para as mitologias do passado e vemo-las como declarações de ignorância, em vez de as tomarmos como magníficos resumos de discernimento dos grandes arquétipos que inundam as nossas vidas. Vemos Jesus com um caracter histórico, que nos foi apresentado como uma espécie de deus, em vez da espantosa expressão da Vida a falar connosco em declarações e acções que são verdades universais.
Vemos essa sabedoria, essa resenha perspicaz de discernimento, no panteão de deuses e deusas que foi eregido pelas culturas ancestrais. Muitos desses deuses são expressões de temas arquetípicos, tais como a morte, o renascimento ou a feminilidade. Um cão pastor tem muito mais propensão para conduzir manadas do que outra raça de cão. Através do ritual e da adoração dos deuses, talvez os povos ancestrais conseguissem alcançar reservatórios similares de força e cura inatos em si mesmos. Sem isso um indivíduo poderia achar muito difícil encarar o facto de que a morte espera no final da vida, ou de permitir o emergir da sexualidade na puberdade. Da experiência colectiva podiam surgir maneiras de lidar com esses problemas, ou forças, que não residiam directamente na personalidade consciente das pessoas.
O lado negativo é o facto de, por vezes, a pessoa se poder identificar inteiramente com o arquétipo. Por exemplo, alguém que encontra o arquétipo de Cristo e começa a acreditar que é a encarnação de Cristo e a sua missão é salvar o mundo.
Todos nós vivemos num poderoso arquétipo chamado paradigma. Outra palavras que significam o mesmo são: mentalidade, concepção do mundo, pensamento de grupo. Por exemplo, durante o século XIX, o paradigma, ou a concepção do mundo, era descrita pela Física desse tempo. Parecia ter todas as respostas e via o átomo como a forma fundamental da matéria. Assim foi declarado que não havia mais nada além da forma física. Isso levou a uma visão do mundo a que chamámos materialismo. A concepção do mundo materialista era um paradigma. Muitas pessoas viveram-no e acreditaram-no. Isso teve imensa influência sobre os indivíduos, e ainda tem. Criou, ou ajudou a criar, a maneira como viam o mundo e como se relacionavam com os acontecimentos da vida. Como refere a Wikipedia, "Lord Kelvin declarou: 'Não há nada de novo para ser descoberto na Física. Tudo o que resta é a medição cada vez mais rigorosa'." Mas em 1906 Max Planck publicou aquilo que ficou conhecido por "Teoria Quântica". Esta, em conjunto com a Teoria de Relatividade de Einstein, e tudo o que resultou delas, revolucionaram a Física e originaram uma mudança radical de paradigma, a qual muito lentamente tem vindo a fazer a sua incursão na consciência mundial. Neste novo paradigma o átomo deixou de ser a particula fundamental. A observação Humana, ou consciência, passou a ser o factor determinante na maneira como se manifestam as partículas atómicas.
Assim sendo, se tiveres consciência que a tua concepção do mundo é muito provavelmente formada por um paradigma, ou mentalidade, que é a expressão de um arquétipo, a tomada de consciência desse facto, dá-te a possibilidade de não seres controlado pelo arquétipo, e a capacidade de poderes ampliá-lo ou rejeitá-lo.
Ele disse que os arquétipos são uma tendência, ou uma 'queda' instintiva, do inconsciente humano para expressar certos motivos ou temas. Alguns dos temas, como a morte e o renascimento, aparecem ao longo da História e também nas culturas contemporâneas. Jung entendia-os como universais, e como vivências inatas, àquilo que ele chamou o inconsciente colectivo.
Tornam-se particularmente evidentes nos credos religiosos, na literatura e nas artes.
Uma das mais importantes características dos arquétipos é que 'não são' aprendizagens de comportamento; são comportamentos que de alguma forma nos são inatos, ou formulados e aceites inconscientemente.
Por exemplo, uma criança que se perde de sua mãe, entra em pânico aos gritos e corre à sua procura. A criança não teve que aprender como sentir medo por se ver separada dos seus pais. Não teve que ser ensinada a sentir terror e fazer tudo ao seu alcance para voltar a encontrar a sua mãe. É uma resposta universal de todas as crianças, sentir dor emocional pela perda dos progenitores, e de fazerem tudo, tanto física como simbolicamente, para reestabelecer o contacto.
Pode-se dizer que a criança experimentou um comportamento arquetípico. Este comportamento inato foi provavelmente criado ao longo de milhões de anos, durante os quais, estar separado dos pais, significava a morte provável.
Este 'comportamento de ligação' é comum a todos os mamíferos e é um exemplo de respostas arquetípicas. O impulso de encontrar um companheiro e reproduzir-se também é um arquétipo, tal como fazer o ninho ou construir uma casa, cuidar dos mais jovens, e o impulso de ganhar o respeito no seu grupo social. Existe, de alguma forma, em cada um de nós, um impulso para a 'totalidade', e uma emergência para o 'florescimento' do nosso próprio ser. Todos nós vivemos essas experiências, incluindo a do nascimento e da morte, de uma maneira ou de outra, em conjunto com os nossos companheiros humanos, do passado ou do presente. A grandeza dessas experiências de vida são muitas das vezes expressas em temas de arte, ou mitos, ou símbolos como a mandala, a cruz, o pôr ou o nascer do sol. O rapazinho que se perdeu dos pais, e a enormidade do que sentiu, é contado em muitos contos populares como 'A criança na Floresta'. Esses símbolos e essas histórias fazem-nos lembrar, de alguma maneira, o mistério que está envolvido no facto de que estamos a partilhar uma experiência individual de ser homem ou mulher, e que isso aconteceu a pessoas desde o começo da raça humana, e que continuará a acontecer mesmo depois de não estarmos cá. Por isso, mesmo que a nossa vida seja um acontecimento pessoal, ela também faz parte de um inconcebível e imenso continuum. A nossa vida pessoal representa temas, ou padrões, que foram vividos milhares ou milhões de vezes antes de nós.
É esta experiência colectiva que pode ser considerada um arquétipo. Por exemplo, se pudessemos sobrepôr todas as caras de homens e de mulheres humanos vivos actualmente, em duas imagens separadas, o resultado seria o arquétipo gráfico do macho humano e da fémea humana. As imagens incluiriam todas as características de tipos raciais, graus de inteligência e honra.
Jung diferenciava instinto e arquétipos. Muito embora ambos sejam potencialidades universais dentro de nós, os instintos são tendências hereditárias dirigidas ao comportamento, tal como o sexo ou a resposta fuga ou luta. Jung diz que um arquétipo é uma tendência hereditária dirigida a certas respostas mentais ou sensitivas. Por exemplo, o mito do Herói/Heroína, ou a figura do salvador, existe no mundo inteiro e em todas as culturas.
Porque acreditava que os sonhos expressavam frequentemente as tendências arquetípicas dentro do indivíduo, Jung, voltou-se para os mitos, histórias de fadas ou motivos religiosos, para ilustrar o conteúdo dos sonhos. Vendo aparecer esses temas nos sonhos de pessoas que nunca tinham estudado as religiões do mundo ou a mitologia, Jung acreditou que longe dessas histórias míticas e religiosas terem sido inventadas conscientemente por autores históricos, elas tinham surgido directamente do inconsciente em sonhos ou visões, e tinham apenas sido contadas. Qualquer pessoa que tenha dedicado algum tempo a explorar os significados dos seus sonhos simpatizará com este ponto de vista.
No entanto, há ainda uma não menos importante maneira de abordar os arquétipos. É aquela que considera os processos da natureza, que reflecte os processos que são partes fundamentais do funcionamento cósmico. Por exemplo, as estrelas. As estrelas nascem da morte de outras estrelas e sistemas solares. O nascimento a seguir à morte. A ressurreição e a nova vida que surge de um cataclismo de destruição. Também a própria estrutura do universo, tal como é compreendida na Física Quântica, que mostra como o imanente aqui e agora, o limitado e o físico real, são ao mesmo tempo um e a mesma coisa, quanto o intemporal e o transcendente.
A experiência pessoal de ser homem ou mulher, de nascer, viver e morrer, são tudo expressões de fenómenos cósmicos, e são muito mais profundamente entendidos se forem vistos nesta óptica. Este padrões arquetípicos são verdadeiros não apenas para fenómenos cósmicos mas também a cada minuto da vida quotidiana.
A expressão destas forças arquetípicas reside no âmago de todas as grandes religiões. Como refere Barbara Sproul no seu livro Primal Myths, nós infelizmente confundimos a narrativa mitológica, de um padrão arquetípico, com a descrição histórica. Olhamos para as mitologias do passado e vemo-las como declarações de ignorância, em vez de as tomarmos como magníficos resumos de discernimento dos grandes arquétipos que inundam as nossas vidas. Vemos Jesus com um caracter histórico, que nos foi apresentado como uma espécie de deus, em vez da espantosa expressão da Vida a falar connosco em declarações e acções que são verdades universais.
Vemos essa sabedoria, essa resenha perspicaz de discernimento, no panteão de deuses e deusas que foi eregido pelas culturas ancestrais. Muitos desses deuses são expressões de temas arquetípicos, tais como a morte, o renascimento ou a feminilidade. Um cão pastor tem muito mais propensão para conduzir manadas do que outra raça de cão. Através do ritual e da adoração dos deuses, talvez os povos ancestrais conseguissem alcançar reservatórios similares de força e cura inatos em si mesmos. Sem isso um indivíduo poderia achar muito difícil encarar o facto de que a morte espera no final da vida, ou de permitir o emergir da sexualidade na puberdade. Da experiência colectiva podiam surgir maneiras de lidar com esses problemas, ou forças, que não residiam directamente na personalidade consciente das pessoas.
O lado negativo é o facto de, por vezes, a pessoa se poder identificar inteiramente com o arquétipo. Por exemplo, alguém que encontra o arquétipo de Cristo e começa a acreditar que é a encarnação de Cristo e a sua missão é salvar o mundo.
Todos nós vivemos num poderoso arquétipo chamado paradigma. Outra palavras que significam o mesmo são: mentalidade, concepção do mundo, pensamento de grupo. Por exemplo, durante o século XIX, o paradigma, ou a concepção do mundo, era descrita pela Física desse tempo. Parecia ter todas as respostas e via o átomo como a forma fundamental da matéria. Assim foi declarado que não havia mais nada além da forma física. Isso levou a uma visão do mundo a que chamámos materialismo. A concepção do mundo materialista era um paradigma. Muitas pessoas viveram-no e acreditaram-no. Isso teve imensa influência sobre os indivíduos, e ainda tem. Criou, ou ajudou a criar, a maneira como viam o mundo e como se relacionavam com os acontecimentos da vida. Como refere a Wikipedia, "Lord Kelvin declarou: 'Não há nada de novo para ser descoberto na Física. Tudo o que resta é a medição cada vez mais rigorosa'." Mas em 1906 Max Planck publicou aquilo que ficou conhecido por "Teoria Quântica". Esta, em conjunto com a Teoria de Relatividade de Einstein, e tudo o que resultou delas, revolucionaram a Física e originaram uma mudança radical de paradigma, a qual muito lentamente tem vindo a fazer a sua incursão na consciência mundial. Neste novo paradigma o átomo deixou de ser a particula fundamental. A observação Humana, ou consciência, passou a ser o factor determinante na maneira como se manifestam as partículas atómicas.
Assim sendo, se tiveres consciência que a tua concepção do mundo é muito provavelmente formada por um paradigma, ou mentalidade, que é a expressão de um arquétipo, a tomada de consciência desse facto, dá-te a possibilidade de não seres controlado pelo arquétipo, e a capacidade de poderes ampliá-lo ou rejeitá-lo.