Quando um grande Comandante Romano entrava em triunfo na sua Biga nas grandes alamedas de Roma, celebrado por milhares de pessoas em euforia, depois das suas conquistas, levava atrás de si um escravo que lhe sussurava aos ouvidos continuamente as palavras «Toda a Glória é Passageira» ou «Toda a Glória é Gananciosa» --- as traduções aqui diferem substancialmente «tradictori... traductori» --- o traductor é sempre um traidor! Nunca saberemos das tradução inglesa ou a tradução portuguesa qual delas é a mais precisa . Eu sublinho mais a tradução inglesa. Por isso apresentei a alusão britânica no título porque a portuguesa é meramente poética. Os britânicos não se costumam enganar a nível de traduções latinas.
Ambas as ideias referem a alguém que saiu do comum da humanidade, que detenha a sua proximidade à r e não ascender à 'bebedeira' de se divinizar, ou melhor, a perder a razão por aquilo que actualmente apelidaríamos de «to be a star».
Mas o curioso nestas duas traduções da frase latina "Glória é Passageira» ou "Glória é Gananciosa" tem dois conceitos vastamente diferentes. Na primeira, é anunciado ao «Conquistador» que tudo é apenas uma ilusão, um fogo fátuo, um mero exercício de palco, quase uma encenação de um personagem no qual ele não cabe na pele, por ser um mero mortal.
Na segunda asserção a figura retórica é mais grave, é um aviso, porque lembra que 'essa personagem', criada pelo seu próprio orgulho, e reconhecimento popular, pode despoletar um desvario que permite pedir àquele povo que o idolatra o direito legítimo ou suposto de uma arbitrariedade.
É bom lembrar aos políticos estas coisas de vez enquando.