quinta-feira, 2 de julho de 2009

CONVERSAS PERDIDAS NUMA NOITE DE VERÃO

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O mais espantoso do Verão é andarmos meio nús e esperar os amigos que chegam de longe.
O Sol é gracioso e as águas do mar ficam claras, azuis, transparentes, como nossas camisetas compradas recentemente.
E contudo, os amigos não chegam. Uns mudaram de paradeiro, outros simplesmente nos esqueceram, outros morreram, e não voltam mais aos locais onde a sua ligação foi anulada pelo sentimento ou pela impossibilidade.
Ficamos então sentados nas esplanadas dos Caffés fumando cigarros e bebendo whiskies, falando com o nosso cão, e pensando num sentimento de limpeza de unhas --- que é uma boa estratégia cénica num baixar de olhos para quem nos observa ---, e ouvindo conversas das mesas ao nosso lado, intrigas de telemóvel e trivialidades de sabonetes e loções para a praia.
Para dizer coisas é necessário «um poeta». Os cientistas andam tentando explicar em todas as bibliotecas do mundo o que pode ser compreendido em 3 linhas! Os politicos tornaram-se tão desapontantes como os mosquitos. São apenas uma chatice que nos insulta não apenas a pele como a mente, e a seguir o bolso. Não o 'bolso deles', é óbvio... simplesmente um nojo!
John Gribbin, o grande astrónomo e astrofísico da Relatividade diz que o «O Tempo é Elástico» é um fenómeno relativista de «encolhimento». O conceito é absolutamente extraordinário.
A corrente principal do pensamento cientifico moderno concorda hoje em que tanto o espaço como o tempo podem ser dilatados ou comprimidos, que o conceito de dois ou mais acontecimentoscorrendo «simultaneamente» não se pode verificar no universo real, e que mesmo a ordem pela qual esses eventos separados no espaço ocorrem depende do modo como são encarados.
Tudo isto são factos científicos sólidos e teoricamente comprovados. Para a maioria das pessoas o problema de se verem confrontadas com semelhantes ideias pela primeira vez, para acomodar este tipo de conceitos, como a dilatação do espaço ou do tempo, relacionando com a dilatação da mente, pode parecer deveras estranha!
Tudo depende dos conceitos que nos habituámos a encarar «lugares-comuns».
O senso comum --- isto é a experiência quotidiana --- diz-nos que os relógios em deslocação não se comportam de forma diferente da dos relógios estacionários.
Que uma régua de cálculo com um metro de comprimento tem sempre um metro. Por muito que se desloque ou por muito que seja medida!
A fluctuação do espaço não implica movimentos próximos duma fracção mensurável  da velocidade da luz, que ronda 30 milhões de centímetros por segundo.
Aqueles que têm medo da teoria da relatividade, tentaram descobrir «paradoxos» provocados pela aplicação das regras definidas por Einstein. Nunca foram bem sucedidos. O mais clamoroso destes paradoxos diz respeito a dois hipotéticos irmãos gémeos, um dos quais parte numa viagem espacial a alta velocidade. O irmão ficou na Terra afirmará que está em repouso e que o irmão em viagem é que está em movimento, estando como tal sujeito a um processo de retardamento do envelhecimento. O irmão verá o caso de maneira precisamente inversa, por isso qual dos gémeos envelhece mais devagar?
O paradoxo não tem razão de ser enquanto os dois irmãos se mantiverem a viajar a uma velocidade relativa constante. Cada um tem o direito à sua opinião, e não há qualquer padrão «absoluto» contra o qual se possam comparar os seus pontos de vista.
NÃO É CURIOSO QUE A REALIDADE SEJA APENAS UM PONTO DE VISTA.

excertos de «A Trama do Tempo»

PHD. John Gribbin