quarta-feira, 29 de abril de 2009

As Pandemias

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Não há nada como «ter medo» para voltar à sua naturalidade humana! Ou ao extremo da desumanidade.
Em psicologia aplicada há dois perfis de comportamentos tipicos: «a luta» ou «a fuga», que são absolutamente naturais e compreensíveis a nível de reacção imediata.
Creio que isso criou, ao longo da História da Humanidade, o mito dos heróis lendários e das famílias reais, e por descompensação, os «servos», que lhes deviam vassalagem - seus defensores - por estarem protegidos contra a sua cobardia pessoal. Foi assim que nasceram as Casas Reais e, no fundo, as Classes Sociais. Os mais arrojados, audazes e, por vezes, loucos furiosos, que dominavam populações inteiras e também os seus bens e pertences. Mas, isso é um dado Histórico de simples compreensão.
O mais difícil é que «quando não há heróis», nem objecto visível de inimigo ou batalha, como conseguimos deter o pânico de populações inteiras?
É o caso das «Pandemias».
Isto começou há anos atrás com a SIDA, depois com a «Gripe das Aves» na Ásia, e agora, no centro do mundo, «Gripe Suína», no Mexico, e nos Estados Unidos, que já se propagou pela Espanha, Inglaterra, Nova Zelândia, etc, etc.
A gripe é menos controlável que a SIDA porque a sua disseminação é a nível «aéreo», por um mero espirro ou uma tosse. E, logo, destribui o terror entre as pessoas. Não é um caso de inter-acção pessoal a nível de sexo, que pode ser permissivo e aceite. É apenas a nível de estar presente num espaço com pessoas que «supomos» estarem contaminadas.
O problema é a «suposição» --- que cria xenofobia --- medo e excesso de proteccionismo. O México «fechou as portas» literalmente. Não há aulas, não há ajuntamentos públicos, ao há gente nas ruas.
Hoje observei uma reportagem, em directo do México, em que o vendedor de jornais se recusava a dar o troco das moedas na mão do cliente, e deixava-as cair uma a uma na mão do outro sem nunca o tocar.
Quem leu «As Crónicas da Peste Negra» na Europa sabe do que estou a falar.
A «SIDA» quando foi descoberta começou por discriminar os homossexuais, que foram vastamente hostilizados e segregados nas suas comunidades. Digamos, sem papas na língua, foram mesmo «demonizados».
Mas a «Gripe» não acusa ninguém -- a não ser as aves, ou, os porcos agora -- e toda a espécie humana na generalidade. São os «sítios», os locais, as cidades, os países que são «demonizados».
Este virús é muito perigoso e é geral, ainda que a nova estirpe fosse desconhecida, porque está contemplado nas vacinas normais e anuais que as pessoas tomam. E também é controlável pelo antivirus das aves, vastamente distribuido por todos os países aquando do pânico inicial.
Há perigo óbvio de Pandemia, mas esperemos que não seja como a «Gripe Espanhola» de 1919 - chamada de Pneumónica - que matou milhões na Europa. Na época também foi determinada como «Gripe Suína» por Richard E. Shope. O virús foi isolado e controlado nas actuais vacinas e antivirais.
Só que o actual virús «dos porcos» se misturou com a «gripe das aves» e a «gripe humana comum» produzindo um resultado totalmente desconhecido, e transmissível aos humanos de forma absolutamente natural.
Todos já conhecemos como os virús gripais evoluem anualmente e criam novos contornos de sobrevivência.
Aliás, os «virús» são sobreviventes puros. Sem eles, nós jamais teríamos existido - ironia do destino!
Todos nós, durante a nossa longa História planetária, convivemos com eles intimamente. São apenas parasitas que necessitam de nós para sobreviver e cujas partículas carregam uma quantidade dos nosso DNA ou RNA. Por vezes, podemos conviver com eles numa espécie de agradável simbiose. de outras vezes, eles parecem dominar-nos de forma avassaladora e contraímos «epidemías» assustadoras. Mas, compreendamos os «virús» porque eles não nos querem matar, por uma única razão: não podem viver sem nós.
Uma questão AMOR-ÓDIO.
Muitas das vezes pensei que o excesso de esterilização que fazemos às nossas casas, e locais onde habitamos, a ausência de animais na nossa companhia e a não presença de plantas na nossa proximidade, nos tornou extraordinariamente vulneráveis.
O Homem torna-se cada vez mais vulnerável quanto mais se afasta da Natureza, sujeito a alergias e viroses - que são incompatibilidades psicológicas com o ambiente - que nos assaltam, porque isolámos e debilitámos todas as nossas protecções naturais, num exercício absolutamente estéril de nos coroarmos como «Rei da Criação», e tratarmos todas as outras formas de vidas como inferiores.
É bom que saibamos como cair na realidade e voltar à Natureza. Isto não é - e é ao mesmo tempo - Jean-Jacques Rousseau.
Se não compreendermos a Terra como um Todo, onde estamos incluídos, e apenas somos meros componentes de um SER maior que nós, que pensa, sente, vive e reage --- vamos ter enormes problemas.
Seria melhor termos uma ligação à Terra mais sentimental do que às ambições políticas ou financeiras que nos ocupam os dias.
De que vale ter Dinheiro ou poder, se um dia para o outro podemos ser mortos por uma gripe?