segunda-feira, 27 de abril de 2009

O PAPA NAZI, E O SANTO CONDESTÁVEL

O Papa nazi tem sido divertidíssimo nos últimos tempos. Além de nos criar um novo Santo português, Dom Nuno Álvares Pereira, o grande estratega militar da batalha de Aljubarrota.
Os Lencastres devem estar satisfeitíssimos porque ainda foram em 9º grau parentes de Nuno Álvares. Aliás, é uma honra chamar-se «Pereira», porque Álvares passou mais tarde a Castella e continuou a chamar-se de «Alvarez».
Nasceu em 1360 e foi dono de metade de Portugal. O homem tinha mais Condados que os dedos das mãos e detinha uma fortuna absolutamente inacreditável, há época. Contudo, foi o homem que nos libertou do jugo de Castella e tornou definitivamente Portugal num país real e independente.
Agora o Papa decidiu fazê-lo de Santo. O Grande General viu a virgem na Batalha de Aljubarrota!
Eu nunca acreditei muito em visões de Santos - nem na madre Teresa de Calcutá - quanto mais num Conde do Reino de Portugal do sec. XIV que andou matando castelhanos à espadeirada e paulada.
Mas presto-lhe vassalagem. Foi um Grande Homem.
Sobretudo é insólito o seu comportamento para um homem tão rico e poderoso como foi.
Abandonou a lide das armas, entrou num convento, e distribuiu toda a sua fortuna por família e amigos. Algo extraordinário! E não tinha necessidade de fazê-lo porque era herói nacional e detinha metade do país em Condados.
Era filho de Dom Álvaro Pereira e Dona Iria do Carvalhal, Condes de Portimão.
Mas, o que eu achei interessante no discurso de Canonização do Santo Condestável, São Nuno de Santa-Maria, feito pelo Papa, foi que não referiu a sua obra caridosa de oferecer toda sua fortuna aos outros, e ter feito hermitério até final de sua vida.
Aquilo que preocupou o Papa no seu discurso foi o mito Wagneriano do herói nacional, combatente e conquistador. How typical!