Alvin Toffler «Os Novos Poderes»
«O PODER». Não sob a visão de Toffler, que é redutiva, mas no conceito filosófico geral do «Poder». Devemos analisá-lo em diversas vertentes. Primeiro perguntar a nós mesmo ---- O QUE É O PODER?. Depois... o que é exercício do poder.
Há inúmeras teorias - mas isso dava um livro inteiro e não um texto discursivo de explanação de meras confrontações informativas.
O que é que as pessoas pensam que é o PODER?
O exercício da arbitrariedade? A colecção de regras incompreensíveis que conduzem à redução dos outros a subservientes ignaros de leis labirinticas?
A destruição do amor-próprio alheio, conduzido ao medo e à subserviência?
Há inúmeros factores, tanto psicológicos como sociológicos, que explicam o tema.
Mas....... O QUE É O PODER?... «Até tu Brutus!», a final traição.
Por estranho que pareça, historicamente, o Poder é «detido» e não conquistável - ainda que assim pareça em todas as grandes guerras históricas.
É sempre uma concessão voluntária - o caso das Casas Reais, é um bom exemplo.
Todos os grandes PODERES conquistados acabaram numa enorme tragédia.
Ele tem que ser «concedido» a quem o já o detém - de alguma forma extraordinária - é um direito porque se tornou um dever! É algo que é de forma algo inexplicável, intrínseco. Coisa vastamente incompreensível.
Não se constitui como um valor moral nem ético. Ainda que assim o devesse ser, se fosse uma análise consentânea e a nível psicológico, sociológico ou meramente pública.
Mas aqui a minha leitura é mais profunda. Não se trata de pura explanação política.
Exercer o Poder é um acto de amor pelos outros ou um acto de guerra?
Ninguém pode fazer amor sem fazer a guerra.
Gandhi fez - mas ele foi único! - desancadeou uma guerra psicológica, não a cometendo. No entanto. fê-lo!
Demonstrou o Poder em psicologia inversa. Quando se nega algo na realidade imediata, ela torna-se útil - digamos que funcional. Ou fútil quando resulta mal.
Há imensos casos psicológicos de pessoas que apenas abandonam a realidade comum, tribal, do conjunto do meio onde vivem, por considerá-la inadequada para os seus próprios fins. Mas não há muitos combatentes pacifistas que exijam dessa 'realidade' como uma função ulterior. A objectividade estava lá subjacente.
A psicologia sempre foi uma ciência vagabunda desde Jung. Muito teórica, desprezando vastamente a parapsicologia que foi estudada nos Laboratórios de Rhine, e o Mesmerismo, que foi abandonado por se constituir uma espécie de insulto à eficiência. As coisas mais curiosas do espirito humano foram jogadas para o lixo, por convicções patéticas ligadas à religião e ao cartesianismo aplicado.
O Cartesianismo não é pior que o Catolicismo. Ambos são dois cancros do pensamento livre e da criatividade.
Um por se presumir objectividade, e o outro por se construir em subjectividade. Dois grandes disparates da filosofia humana. Não creio que um ou outro tenham qualquer diferença substantiva: são ambos fundamentalistas.
São apenas o «atrabiliário», que é baralhar e dar as cartas de novo. Aquilo que ocorre, é insondável, como as 'fumegantes' leituras da pitonisa de Delphos.
O nosso grave problema é que chegámos a um ponto do condicionamento humano onde tudo deve ser controlável, mesurável e explicável. Como diriam os Supertamp... 'they send me away to teach me how to be sensible, logical, responsible, practical, clinical, intellectual, cynical... a vegetable!'
As pessoas pensam como nós queremos que pensem, e reagem como nós esperamos que reajam! Portanto, George Orwell não estava muito longe da verdade no seu livro 1984.
A ficção está absolutamente "datada" e ultrapassada. A velocidade é enorme actualmente e o pensamento concretiza-se quase em seguida.
O facto de podermos prever a reacção de grandes grupos de pessoas - multidões - a comportamentos automáticos ou reacções a fenómenos, é bastante assustador. A influência subliminal dos Media, que passam o dia na nossa sala de estar, e comparecem nos jornais diários como fazedores do opinião, é simplesmente aterrador. Parece que tomaram conta das nossas decisões pessoais.
O Poder já não é a repressão pública das bastonadas. Entrou pelo nosso cérebro adentro e instalou-se confortavelmente na intimidade da nossa sala. É nosso amigo e camarada e bebe connosco o café. Quer dizer... domou-nos, como se faz aos cavalos selvagens! Saltou-nos para as costas e, actualmente, cavalga-nos.
A ideia anterior que tinhamos do Poder era da subjugação pura e simples. Da violência fisica tipo Guantanamo.
Mas a pior parte do Poder é pura e simplesmente intelectual: o condicionamento psicológico.
Quando alguém é condicionado deixa pura e simplesmente de reagir. Está submisso e acredita que é instalável, uma espécie de móvel que faz parte da mobília. Se for feio, o móvel chora... se for bonito, o móvel orgulha-se... mas é apenas um móvel! E apenas funciona de acordo com as indicações do decorador.
Aqui o decorador chama-se Governo e não é agradável ser móvel!
Esta nova geração não tem a menor noção de como está a ser "condicionada" psicologicamente, até porque é extraordinariamente ignorante.
Seria melhor que em vez das 'technicalities' que eles presumem desempenhar nos seus diversos oficios, pudessem ler melhor como os controlam e ambientam a nível social e psicológico.
Estamos a criar uma geração de submissos.
«O PODER». Não sob a visão de Toffler, que é redutiva, mas no conceito filosófico geral do «Poder». Devemos analisá-lo em diversas vertentes. Primeiro perguntar a nós mesmo ---- O QUE É O PODER?. Depois... o que é exercício do poder.
Há inúmeras teorias - mas isso dava um livro inteiro e não um texto discursivo de explanação de meras confrontações informativas.
O que é que as pessoas pensam que é o PODER?
O exercício da arbitrariedade? A colecção de regras incompreensíveis que conduzem à redução dos outros a subservientes ignaros de leis labirinticas?
A destruição do amor-próprio alheio, conduzido ao medo e à subserviência?
Há inúmeros factores, tanto psicológicos como sociológicos, que explicam o tema.
Mas....... O QUE É O PODER?... «Até tu Brutus!», a final traição.
Por estranho que pareça, historicamente, o Poder é «detido» e não conquistável - ainda que assim pareça em todas as grandes guerras históricas.
É sempre uma concessão voluntária - o caso das Casas Reais, é um bom exemplo.
Todos os grandes PODERES conquistados acabaram numa enorme tragédia.
Ele tem que ser «concedido» a quem o já o detém - de alguma forma extraordinária - é um direito porque se tornou um dever! É algo que é de forma algo inexplicável, intrínseco. Coisa vastamente incompreensível.
Não se constitui como um valor moral nem ético. Ainda que assim o devesse ser, se fosse uma análise consentânea e a nível psicológico, sociológico ou meramente pública.
Mas aqui a minha leitura é mais profunda. Não se trata de pura explanação política.
Exercer o Poder é um acto de amor pelos outros ou um acto de guerra?
Ninguém pode fazer amor sem fazer a guerra.
Gandhi fez - mas ele foi único! - desancadeou uma guerra psicológica, não a cometendo. No entanto. fê-lo!
Demonstrou o Poder em psicologia inversa. Quando se nega algo na realidade imediata, ela torna-se útil - digamos que funcional. Ou fútil quando resulta mal.
Há imensos casos psicológicos de pessoas que apenas abandonam a realidade comum, tribal, do conjunto do meio onde vivem, por considerá-la inadequada para os seus próprios fins. Mas não há muitos combatentes pacifistas que exijam dessa 'realidade' como uma função ulterior. A objectividade estava lá subjacente.
A psicologia sempre foi uma ciência vagabunda desde Jung. Muito teórica, desprezando vastamente a parapsicologia que foi estudada nos Laboratórios de Rhine, e o Mesmerismo, que foi abandonado por se constituir uma espécie de insulto à eficiência. As coisas mais curiosas do espirito humano foram jogadas para o lixo, por convicções patéticas ligadas à religião e ao cartesianismo aplicado.
O Cartesianismo não é pior que o Catolicismo. Ambos são dois cancros do pensamento livre e da criatividade.
Um por se presumir objectividade, e o outro por se construir em subjectividade. Dois grandes disparates da filosofia humana. Não creio que um ou outro tenham qualquer diferença substantiva: são ambos fundamentalistas.
São apenas o «atrabiliário», que é baralhar e dar as cartas de novo. Aquilo que ocorre, é insondável, como as 'fumegantes' leituras da pitonisa de Delphos.
O nosso grave problema é que chegámos a um ponto do condicionamento humano onde tudo deve ser controlável, mesurável e explicável. Como diriam os Supertamp... 'they send me away to teach me how to be sensible, logical, responsible, practical, clinical, intellectual, cynical... a vegetable!'
As pessoas pensam como nós queremos que pensem, e reagem como nós esperamos que reajam! Portanto, George Orwell não estava muito longe da verdade no seu livro 1984.
A ficção está absolutamente "datada" e ultrapassada. A velocidade é enorme actualmente e o pensamento concretiza-se quase em seguida.
O facto de podermos prever a reacção de grandes grupos de pessoas - multidões - a comportamentos automáticos ou reacções a fenómenos, é bastante assustador. A influência subliminal dos Media, que passam o dia na nossa sala de estar, e comparecem nos jornais diários como fazedores do opinião, é simplesmente aterrador. Parece que tomaram conta das nossas decisões pessoais.
O Poder já não é a repressão pública das bastonadas. Entrou pelo nosso cérebro adentro e instalou-se confortavelmente na intimidade da nossa sala. É nosso amigo e camarada e bebe connosco o café. Quer dizer... domou-nos, como se faz aos cavalos selvagens! Saltou-nos para as costas e, actualmente, cavalga-nos.
A ideia anterior que tinhamos do Poder era da subjugação pura e simples. Da violência fisica tipo Guantanamo.
Mas a pior parte do Poder é pura e simplesmente intelectual: o condicionamento psicológico.
Quando alguém é condicionado deixa pura e simplesmente de reagir. Está submisso e acredita que é instalável, uma espécie de móvel que faz parte da mobília. Se for feio, o móvel chora... se for bonito, o móvel orgulha-se... mas é apenas um móvel! E apenas funciona de acordo com as indicações do decorador.
Aqui o decorador chama-se Governo e não é agradável ser móvel!
Esta nova geração não tem a menor noção de como está a ser "condicionada" psicologicamente, até porque é extraordinariamente ignorante.
Seria melhor que em vez das 'technicalities' que eles presumem desempenhar nos seus diversos oficios, pudessem ler melhor como os controlam e ambientam a nível social e psicológico.
Estamos a criar uma geração de submissos.